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7 Respostas a Banzoli sobre a Intercessão dos Santos (Dave Armstrong VS. Lucas Banzoli)

Dave Armstrong

Lucas Banzoli é um polemista anticatólico brasileiro muito ativo, que se apega basicamente a uma teologia adventista do sétimo dia, segundo a qual a alma não existede forma consciente fora de um corpo, e não há inferno (trata-se do sono da alma e doaniquilacionismo). Isso o leva a uma cristologiadeficiente e heterodoxa com respeito ànatureza humana de Cristo após Sua morte. Ele tem mestrado em teologia, graduação e pós-graduação em história, licenciatura em letras, e é professor de história, autor de 25 livros, bem como dono de seis blogs(mas no momento inativo). Está ativo no YouTube. Estou respondendo ao artigo dele, “7 Perguntas aos católicos sobre a intercessão dos santos” (13/09/12). Suas palavras estarão em vermelho vinho.


 Banzoli:

Abaixo, uma lista de santos que supostamente curam as enfermidades dos católicos que rezam a eles. Com todos estes santos, o católico nem precisa ir à farmácia ou passar no médico (risos): [seguido de uma longa lista de tais santos padroeiros]

 

É claro que a Igreja, assim como a Bíblia, reconhece plenamente os cuidados médicos de rotina através de meios naturais (como já escrevi) e também reconhece as curas sobrenaturais (que ocorrem às vezes, e não sempre, de acordo com a vontade de Deus). Não é:ou isso ou aquilo (uma coisa ou outra). São os “mestres da fé e da prosperidade” protestantes da atualidade que aconselham as pessoas a não procurarem ajuda médica, afirmando falsamente que Deus sempre curará (uma doutrina antibíblica). Eu me opus a esses erros perigosos como antibíblicos em um dos meus primeiros esforços apologéticos, como protestante em 1982. Portanto, “tire a trave do seu próprio olho”, como Jesus disse… pois os católicos nunca ensinaram que as pessoas não deveriam procurar atendimento médico convencional.

Os protestantes se opõem ao ensino de que certos santos têm influência especial ou particular com Deus e que suas orações são mais eficazes em áreas específicas (nossa noção de santos padroeiros). Não vejo por quê. A Bíblia ensina claramente que diferentes pessoas têm diferentes níveis de graça (Atos 4:33; 2 Coríntios 8:7; Efésios 4:7; 1 Pedro 1:2; 2 Pedro 3:18). Daí resulta, parece-me, que alguns podem se especializar em certas áreas mais do que outros, de acordo com as diferentes partes do Corpo de Cristo (há muitos ensinamentos paulinos sobre isso). Por que isso deveria ser controverso ou censurável? Geralmente é contestado por causa dos excessos que são observados, enquanto raramente é feito um argumento que revele uma inflexibilidade por parte das Escrituras contra a prática. E vemos acima que Lucas apenas zomba dela (o que não impressiona ninguém que tenha uma mente pensante, como faria um argumento racional, seja de qualquer tipo que fosse).

 

Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós e, orando, pediu que não chovesse e, por três anos e seis meses, não choveu sobre a terra. E orou outra vez, e o céu deu chuva, e a terra produziu o seu fruto.

Tiago 5:17,18

 

De fato parece que a oração de Elias teve influência particular sobre o clima, não? Portanto, por que alguém não poderia pedi-lo para orar a Deus sobre o clima, ao invés de pedir a outra pessoa, já que ele tem o histórico de ter pedido que a chuva parasse, e isso lhe foi concedido por três anos e meio? Então de fato ele se tornou o “santo padroeiro das petições meteorológicas”. Fazemos mais ou menos o mesmo nesta vida com amigos, no nível da empatia. Assim, por exemplo, se uma mulher tem dificuldade com aborto espontâneo ou com gravidez ou parto difícil, ela pode procurar uma mulher que tenha passado pela mesma situação e pedir-lhe que ore a Deus por ela. Não vejo nenhuma dificuldade intrínseca aqui. Os católicos nunca negam a ninguém a possibilidade de “irem direto a Deus”. Mas afirmamos juntamente com Tiago que certas orações de pessoas específicas possuem mais poder (também naquilo que diz respeito a certas especificidades); por isso, é sensato procurar as tais como intermediárias (intercessoras).

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Perguntas de Lucas Banzoli

[Com as respectivas respostas]

 

Agora deixem-me fazer algumas perguntas:

PERGUNTA 1º – O “São Lázaro” só ora pelos leprosos? Se, por exemplo, eu não tiver lepra, mas tiver uma doença nos rins, e rezar ao São Lázaro, ele não vai me atender?

 

Não vejo razão para pensarmos assim. Isso se baseia em uma falácia anterior: “especializar-se em uma coisa significa que não se pode fazer mais nada”. Então, por exemplo, eu me especializei em apologética. Por causa disso, as pessoas vêm até mim com perguntas apologéticas, sabendo que sou um apologista profissional. Isso por acaso significa que eu não ame xadrez, viajar, ou praticar atividades ao ar livre, animais, bons filmes, música clássica, crianças, ou que não possa responder a nenhuma pergunta que não seja sobre apologética, e etc.? Claro que não. Da mesma forma, com Lázaro ou com qualquer outro santo, por analogia razoável.

 

PERGUNTA 2º – Como “São Lázaro” sabe dos pedidos de todos os milhares de fiéis que rezam para ele nos quatro cantos do mundo, em todas as eras da humanidade e ao mesmo tempo, se ele não tem o caráter da onipresença? Por exemplo, se um católico na China estiver rezando a São Lázaro exatamente no mesmo momento em que um católico no Brasil, outro nos Estados Unidos e outro em Angola fazem exatamente o mesmo, quem é que São Lázaro vai atender? Se ele consegue atender todo mundo junto, como ele consegue estar nestes vários lugares ao mesmo tempo, e ouvir a todos estes simultaneamente, sem conceder a ele nenhum atributo divino de onipresença ou onisciência?

 

Onipresença significa estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Onisciência significa ter todo o conhecimento possível. Esses são atributos somente de Deus. Para responder a várias orações (até mesmo feitas ao mesmo tempo), não é necessário possuir nenhuma dessas características. Basta estar fora do tempo e ter maiores poderes de compreensão (os quais são dons de Deus para nós no céu). Ainda assim, ter grande conhecimento está a milhões de “quilômetros” de distância de ter todo o conhecimento, o que é equivalente a ter onisciência. É um falso dilema ou uma tentativa de “falsa equivalência”. Entrar na eternidade e estar no céu é deixar o tempo convencional e adentrar na eternidade, que é uma realidade metafísica completamente diferente.

São João declarou: “quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele” (1 João 3:2), e nosso Senhor Jesus disse: “na ressurreição eles . . . serão como anjos no céu” (Mt 22,30). São Paulo ensina a mesma coisa:

 

1 Coríntios 2: 9 – Mas, como está escrito:As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu,e não subiram ao coração do homem,são as que Deus preparou para os que o amam.

1 Coríntios 13:9-12 – Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos; Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado. Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.

1 Coríntios 15:51-53 – Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados; Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade.

 

Assim, parece que os santos no céu possuirão um conhecimento muito grande. Mas também é verdade que estarão fora do tempo, como parte do que significa entrar na eternidade. Isso diz respeito apenas a “coisas católicas”? Não. O escritor protestante Ray Stedman, em um excelente artigo, explica em concordância:

 

O problema… surge apenas quando insistimos em projetar os conceitos de tempo na eternidade. Constantemente pensamos no céu como uma continuação em uma escala maior e perfeita da vida na terra. Presos em nosso mundo de espaço e tempo, achamos muito difícil imaginar a vida ocorrendo em quaisquer outros termos. Mas devemos lembrar que tempo é tempo e eternidade é eternidade e nunca os dois se encontrarão. Experimentamos algo da mesma dificuldade ao lidar com o conceito matemático de infinito. Muitas pessoas imaginam que o infinito é um número muito grande, mas não é. A diferença é que se você subtrair 1 de um número muito grande, tem um a menos, mas se subtrair 1 do infinito ainda tem o infinito…


O que devemos lembrar ao lidar com a questão da vida além da morte é que, quando o tempo termina, a eternidade começa. Eles não correspondem à mesma coisa, e não devemos torná-los iguais. O tempo significa que estamos presos a um padrão de sequência cronológica que somos incapazes de quebrar. Por exemplo, todos os seres humanos que compartilham da mesma sala experimentarão um terremoto juntos. Embora existam vários sentimentos e reações, todos sentirão o terremoto ao mesmo tempo. Mas na eternidade os eventos não seguem um padrão sequencial. Não há passado ou futuro, apenas o presente AGORA. É dentro desse AGORA, que todos os eventos acontecem…

 

 

Sendo assim, responder a múltiplas orações que no tempo terreno são simultâneas não é problema para um santo, o qual não se encontra mais no tempo ou limitado por ele. Muitos pensadores cristãos (católicos, protestantes e ortodoxos) concordam que a eternidade é um conceito atemporal por natureza. Não é simplesmente um “tempo estendido para sempre”. A única outra “dificuldade” que um protestante pode ter é com a noção de que os santos mortos estão cientes dos eventos terrenos. A Bíblia afirma claramente que eles estão:

 

Hebreus 12:1 – Portanto nós também, pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta,

 

“Testemunhas” aqui é a palavra grega martus, da qual deriva a palavra portuguesa “mártir”.

 

1) O Greek-English Lexicon of the New Testament (Joseph H. Thayer, Grand Rapids, Michigan: Baker Book House, 4ª edição, 1977; original 1901, p. 392) o define  da forma como está sendo empregado neste versículo  da seguinte maneira: “Aquele que é um espectador de qualquer coisa, por exemplo de uma competição, Hebreus 12:1.

[Palavra de Strong #3144; usos semelhantes citados por Thayer: Lc 24:48; Atos 1:8; 1:22; 2:32; 3:15; 5:32; 10:39; 13:31; 26:16; 1 Pe 5:1 – o sentido é indiscutível nestes outros versículos]

 

2) Word Studies in the New Testament (Marvin R. Vincent, Grand Rapids, Michigan: Eerdmans, 1980; orig. 1887; vol. 4, p. 536), outra fonte padrão da língua protestante, comenta este versículo da seguinte forma:

 

O termo ‘Testemunhas’ não significa espectadores, mas aqueles que deram testemunho da verdade, como os enumerados no capítulo 11. No entanto, a ideia de espectadores está implícita e é realmente a ideia principal. A imagem do escritor é a de uma arena na qual os cristãos a quem ele se dirige estão batalhando em uma corrida, enquanto a vasta hoste dos heróis da fé os quais, depois de terem dado testemunho da verdade, entraram em seu descanso celestial, assistem à disputa das camadas circundantes da arena, envolvendo-a e pairando sobre ela, tal como uma nuvem, cheia de vívido interesse e simpatia, bem como prestando ajuda celestial.

 

3) Word Pictures in the New Testament (A. T. Robertson [Batista], Nashville, Tennessee: Broadman Press, 1932, vol. 5, p. 432), comenta:

 

‘Nuvem de testemunhas’ (nephosmarturon…) A metáfora se refere ao grande anfiteatro com a arena voltada para os corredores e para as fileiras e mais fileiras de assentos subindo como uma nuvem. As martures aqui não são meros espectadores (theatai), mas testificadores (testemunhas) que dão testemunho a partir de sua própria experiência (11:2,4-5, 33, 39) do cumprimento das promessas de Deus, conforme mostrado no capítulo 11.

 

[Observe que a noção de “espectadores” é a metáfora primária — a arena — de modo que ambos os significados: o de espectadores e o de testemunhas no sentido de serem exemplo estão presentes. Nenhum dos dois pode ser descartado]

 

4) Theological Dictionary of the New Testament, (ed. Gerhard Kittel& Gerhard Friedrich; tr. e abreviado por Geoffrey W. Bromiley, Grand Rapids, Michigan: Eerdmans, 1985; 567), um dicionário linguístico (não Católico), declara: “Em heb. 12:1 as testemunhas que assistem à corrida parecem ser testemunhas de confissão (cf. 11:2), mas isso não exclui o elemento de testemunha factual”.

 

Portanto, todas as nossas quatro referências em idiomas, as quais não são obras católicas, confirmam que o elemento “espectador”, que se presta à noção católica de comunhão dos santos, onde os santos no céu estão conscientes e observam os eventos na terra, se encontra presente em Hebreus 12: 1, e não pode ser descartado de forma alguma, com base em um viés doutrinário.

 

Então a objeção é contra o pedido aos santos mortos que intercedam em primeiro lugar. A isso eu respondo da seguinte forma:

 

1) Nós pedimos aos outros na terra que orem por nós.

2) Anjos (em muitas passagens) e os santos mortos (Ap 6:9-10) se importam muito conosco.

3) Os anjos estão cientes dos eventos terrenos (Lc 15:10; 1 Cor 4:9, e muitas outras passagens demonstram); da mesma forma que os santos mortos (Hb 12:1). Além disso, os anjos são extremamente inteligentes e podem deduzir nossos pensamentos e seguir nossas ações.

4) Observamos anjos (Ap 8:3-4) e santos mortos (Ap 5:8) apresentando nossas orações a Deus, e sabemos por outras passagens que eles intercedem por nós (Jr 15:1).

5) A Bíblia diz que as orações dos justos são muito poderosas em seus efeitos (Tg 5:16-18). Quanto mais as orações dos santos aperfeiçoados (Mt 22:30; 1 Jo 3:2) e anjos sempre sem pecado?

6) Os homens também são capazes de falar com pessoas mortas (1 Sm 28:12-15; cf. Mt 17:1-3; 27:50-53; Ap 11:3) e com anjos em inúmeras ocasiões, e há anjos que iniciam conversas com seres humanos (Gn 21:17-18; quando Jesus Cristo nasceu); coisa que é dificilmente distinguível da invocação deles.

7) As petições feitas aos anjos são atendidas (Gênesis, capítulos 19, 32, 48).

8) Portanto, segue-se que podemos pedir a qualquer um deles para interceder.

 

PERGUNTA 3º E se, enquanto o nosso São Lázaro intercede pelo católico chinês leproso, dez outros fiéis começam a rezar a este santo simultaneamente, o que ele faz? Como ele tem tempo para interceder especificamente pelos pedidos de cada um deles, sem deixar ninguém “para o final da fila”? Se a resposta for que o tempo no Céu é diferente do tempo daqui e por isso esse problema não existe, como podemos medir a correspondência entre o tempo na eternidade e o tempo daqui?

 

Esta é a mesma pergunta feita no item 2, que acabei de responder. Não precisamos “medir” nada. Simplesmente reconhecemos que estar no céu com Deus, na eternidade, é fundamentalmente diferente de operar no tempo cronológico e sequencial.

 

PERGUNTA 4º Quanto tempo um santo passa rezando pelos fiéis e quanto tempo ele passa fazendo outras coisas? Será que o santo não tem outra coisa a fazer a não ser ficar o dia inteiro intercedendo por cada um dos milhares de fiéis que a ele rezam? Ele ainda encontra tempo para curtir o Céu, para louvar, para conversar com os outros santos, ou fica o tempo todo intercedendo?

 

Isso também já foi respondido acima, porque Lucas parece não compreender a natureza da eternidade. Os santos no céu têm todo o tempo do mundo para fazer o que quiserem. Não há limites temporais, como nesta vida.

 

PERGUNTA 5º Como podemos ter certeza absoluta de que todos estes santos estão mesmo no Céu, se a Igreja Católica ensina que ninguém pode ter certeza da salvação?

 

Não podemos ter certeza absoluta de quem está no céu, além de ter fé de que a Igreja Católica é guiada pelo Espírito Santo, ao proclamar que um santo está de fato no céu. Se tentarmos pedir a intercessão de uma pessoa que de fato não foi salva e não está no céu, certamente Deus direcionará nossa oração para alguém que está. A Igreja Católica também não ensina a total incapacidade de saber se somos salvos ou não (“a eterna insegurança”). Ela ensina a visão bíblica da segurança moral da salvação.

 

PERGUNTA 6º Mesmo se os santos estivessem mesmo no Céu, como a Bíblia diz que “Davi não subiu aos céus” (At.2:34), e que “no além, para onde vais, não há obra nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma” (Ec.9:10)? Como que pode haver tanta intercessão no Céu, se não há qualquer conhecimento (das coisas que acontecem na terra), nem sabedoria (requisito necessário para uma intercessão bem feita), nem obras (e interceder é uma obra)? Note que o texto não está falando apenas do destino do corpo, mas do “além [Sheol]”(v.10), que os imortalistas dizem que é o local de ajuntamento das almas após a morte.


Ao contrário da afirmação de Lucas, há conhecimento e sabedoria extraordinários no céu. Ele cita o clássico texto de prova sempre produzido por aniquilacionistas como ele (e, por exemplo, pelos hereges arianos, as Testemunhas de Jeová), que é tirado radicalmente do contexto.

 

Eclesiastes 9:5 – Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma… nem tampouco terão eles recompensa…

 

Se a primeira oração for entendida em sentido absoluto, a segunda também deve ser interpretada. Assim, os mortos não teriam “recompensa” da mesma forma como não possuem consciência. Isso negaria a ressurreição e a recompensa dos justos (leia Ap 20:11-13; 21:6-7; 22:12, 14). Obviamente, então, uma qualificação de algum tipo deve ser colocada em Eclesiastes 9:5. No versículo seguinte, aprendemos que:

 

Eclesiastes 9:5 – nem tampouco terão eles recompensa…

 

Em outras palavras, com respeito a este mundo, os mortos não sabem nada, mas eles estão em um reino diferente, onde sabem alguma coisa. Como outros exemplos desse sentido limitado da expressão “não saber nada” nas Escrituras, veja 1 Samuel 20:39 e 2 Samuel 15:11, onde uma interpretação de inconsciência seria ridícula. Além de tudo isso, a passagem estava falando sobre Sheol, ou Hades (veja Lucas 16), que não é o céu, mas sim o lugar para onde as almas iam antes da morte e ressurreição de Jesus Cristo. Era uma espécie de tanque de retenção. Jesus em Lucas 16 prova que as almas no Sheol estão realmente muito conscientes.

 

Para muitas refutações ao aniquilacionismo e/ou sono da alma, veja meus artigos, “O Sono da Alma”:Uma Refutação Bíblica Completa [11/28/07] e Evidências Bíblicas de um Inferno Eterno [1998]

 

PERGUNTA 7º E, finalmente, a pergunta mais importante: será que orar ao Santo chamado Jesus Cristo, o Filho de Deus, não é suficiente para cumprir todos os ofícios de todos os outros santos? Será que eu, orando a Jesus, não seria atendido naquilo que seria atendido se rezasse ao São Lázaro? O que é mais eficiente: rezar ao santo ou orar direto a Jesus?

 

A Bíblia ensina que “A oração de um justo tem grande poder em seus efeitos” (Tiago 5:16). Isso significa que, sim, é mais “eficiente” pedir a uma pessoa mais justa do que nós que ore a Deus em nosso nome. Ei, está na Bíblia! Eu não inventei isso. Nem a Igreja Católica. No contexto mais amplo dessa passagem, Tiago também afirma:

 

Tiago 5:14 – Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor;

 

A passagem não diz “vá direto a Deus, e se não o fizer, é perigo de idolatria”. Não; a pessoa doente é aconselhada a ir aos anciãos, para estes orarem por ele e o ungirem. Os mortos em Cristo estão mais vivos e conscientes do que nós, então é tolice excluí-los de nossa vida de oração. Tiago 5:14 e Tiago 5:16 ensinam claramente uma noção de “fatores diferenciais de oração”. Moisés disse: “Você cometeu um grande pecado. E agora subirei ao Senhor; talvez eu possa fazer expiação pelo seu pecado” (Êx 32:30). Um israelita pecador podia pedir a Moisés que orasse por ele, sabendo que ele tinha um relacionamento com o próprio Deus e era um homem santo. É perfeitamente bíblico… Em Números 14:19, Moisés orou: “Perdoa a iniquidade deste povo, peço-te …” Moisés e Arão inclusive deteram uma praga que já havia “saído da parte do Senhor” (Nm 16:46-48). Deus proclamou: “Fineias, filho de Eleazar, filho do sacerdote Arão, fez recuar a minha ira contra os filhos de Israel” (Nm 25:11). E é por isso que Moisés e Arão podem ser chamados de “santos padroeiros da prevenção da ira de Deus”. Depois, há a notável passagem em que Abraão “se apresentou diante do SENHOR” (Gn 18:22) e intercedeu pelo povo de Sodoma, pedindo a Deus que poupasse a cidade perversa se houvesse “cinquenta justos” ali (18:23-26)… Então ele “negocia” com Deus para que o Senhor concorde em não julgar a cidade se ali se acharem 45 (18:28) ou 40 (18:29) ou 30 (18:30) ou 20 (18:31) ou dez (18:32) justos. Mas, infelizmente, não havia nem dez, e por isso foi destruída. Mas isso demonstra o poder extraordinário para até mesmo “persuadir” Deus que uma pessoa santa e justa possui. Obviamente, devemos acrescentar Abraão também aos “santos padroeiros da prevenção da ira de Deus”. Ele quase salvou duas cidades da destruição (se ao menos houvesse dez pessoas justas nelas).

Além disso, como os católicos acreditam que Maria não tinha pecado e é a maior criatura que Deus já criou, sendo ainda por cima a Mãe de Deus, pensamos que suas orações têm mais poder do que as orações de qualquer criatura. Biblicamente faz todo o sentido.

 

Banzoli:

Aguardo anciosamente as respostas católicas…

 

Seu desejo foi atendido!

Aguardo ainda mais ansiosamente sua contra-resposta.

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Foto de Channel 82 na Unsplash: Imagem em vitral de Santa Ágata, Intercessora das mulheres com câncer de mama em razão de seu martírio.

 

 

Tradução: Kertelen Ribeiro

Todos os direitos reservados a DAVE ARMSTRONG

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