top of page
  • Daniel Arthur

Santo Tomás e a Imaculada Conceição – Resposta à página ‘História Reformada’

No dia 8 de junho de 2023, publicamos um artigo sobre a Imaculada Conceição e Santo Tomás de Aquino (Aqui), onde analisamos profundamente o pensamento do Doutor Angélico acerca desse dogma mariano, além de o defendermos de acusações imprecisas de que lhe fazem. Contudo, no mesmo dia a página de apologética protestante História Reformada nos respondeu com um pequeno texto no Facebook (Aqui). Apesar de tal página já ter sido respondida em outros lugares, achamos de bom tom reunirmos tudo em um só lugar e criarmos esse texto em resposta a eles.

Seguiremos a mesma metodologia de antes, em vermelho virá a fala de nosso objetor, e quando for preciso, em azul a citação de nosso primeiro artigo.



I - IMPRECISÕES E MAIS IMPRECISÕES


De cara já o primeiro erro: "Iremos mostrar aqui brevemente que não houve massacre algum e que o texto falhou em seu fim: mostrar que St. Tomás de Aquino não negou a imaculada conceição."

Ora, esse nunca foi o objetivos do texto, “mostrar que St. Tomás não negou a Imaculada Conceição”. Nosso objetivo sempre foi provar que ele não a negou a Imaculada Conceição nos mesmos termos em que ela foi proclamada dogma, simples assim. Pode parecer de pequena relevância, mas tal distinção é de vital importância para o debate, pois trata-se de colocar os pontos nos i’s. O autor prossegue:


Primeiro, vamos definir precisamente o que é o dogma da imaculada conceição de Maria para não haver brechas em que possam se esconder. A definição oficial do dogma, presente na bula Ineffabilis Deus, diz que "(...) no primeiro instante da sua Conceição... [Maria] foi preservada imune de toda mancha de pecado original". Ou seja, crê-se que Maria desde a concepção, isto é, desde o primeiro momento de existência de seu corpo, quando a alma foi infundida, foi preservada imune do pecado original.


Quanto à citação da Ineffabilis Deus, ok; mas quanto ao comentário que se lhe segue, há pelo menos um problema. Se não, vejamos. O autor diz :“Ou seja, crê-se que Maria desde a concepção, isto é, desde o primeiro momento de existência de seu corpo, quando a alma foi infundida”. Aí reside o problema. Observe a ambiguidade da passagem: o autor diz que a concepção consiste no primeiro momento da existência do corpo, e logo em seguida acrescenta “quando a alma foi infundida”. Recrutem-se os mais exímios gramáticos desta nação e lhes peçam para extrair o sentido desse passo de nosso oponente. Qual dos seguintes sentidos deve ser atribuído a tal expressão?

  1. O surgimento do corpo tem precedência temporal à infusão da alma e, portanto, Maria foi imune do pecado somente no momento da infusão de sua alma, não antes;

  2. Corpo e alma têm os seus surgimentos concomitantemente. Portanto, Maria foi imune do pecado desde o primeiro momento da existência de ambos.

Interpretação 1:


Nessa interpretação, entende-se que o texto sugere que o surgimento do corpo ocorre antes da infusão da alma em Maria. Isso significa que, no momento em que a alma foi infundida no corpo de Maria, ela passou a ser imune ao pecado original. Antes desse momento, quando o corpo existia sem a presença da alma, não se pode afirmar que Maria estava imune ao pecado.


Interpretação 2:


Nessa interpretação, entende-se que o autor sugere que o corpo e a alma de Maria surgiram simultaneamente, ou seja, ao mesmo tempo. Isso implica que desde o primeiro momento da existência de ambos, desde a concepção, Maria foi considerada imune ao pecado original. Em outras palavras, desde o início de sua existência como um ser completo (corpo e alma juntos), ela foi preservada livre do pecado original. Disso podemos tirar 3 conclusões:

  1. O autor do texto acabou por defender a animação tardia ao tentar definir a Imaculada Conceição [1].

  2. Ele deturpou o dogma da Imaculada Conceição ao tentar defini-lo, o que em uma ambiente intelectual sério seria motivo para nunca mais levar a sua página a sério.

  3. Ele se expressa extremamente mal por escrito a tal ponto de cometer tais gafes.


II - A QUESTÃO DA ALMA EM SANTO TOMÁS


Agora sigamos adiante: "Ademais, a bula ainda afirma que a "beatíssima Virgem foi, por graça, imune de toda a mancha de pecado e livre de todo contágio de corpo, de alma e de intelecto". Ou seja, o dogma da imaculada conceição significa que Maria foi livre da mancha do pecado, até mesmo em relação ao seu corpo, desde a sua concepção."


Aqui um erro crasso por falta de conhecimento acerca da teologia dogmática católica. Primeiro que a tal passagem referida pelo autor está no número 14 da Bula, ao passo que a definição dogmática está no número 18. Ora, nem todas as proposições de uma Bula que contenha uma definição dogmática são infalíveis (Cf. SULLIVAN, 2003; KING, 2016), mas tão somente as que contenham formalmente a matéria da definição. Ao longo da Bula, Pio IX aborda outros pontos que não a definição. E na dita passagem, retirada de contexto, o papa está dizendo o que alguns antigos acreditavam acerca de Maria.


E para que não reste dúvidas, eis o que Rene Laurentin tem a dizer-nos sobre o corpo do texto da Ineffabilis Deus:


No corpo da bula, explicam-se o significado e os motivos da definição. Essas razões não são as causas adequadas da definição; são apenas indícios que indicam de maneira global o conjunto de razões em que se baseia a definição. Eles não são cobertos pela infalibilidade papal. Além disso, essas explicações estão ainda mais frouxamente ligadas à definição propriamente dita do que em outros documentos semelhantes, uma vez que as considerações “justificativas” não foram determinadas até depois da definição e foram intencionalmente projetadas de forma a não resolver muitas discussões ainda não resolvidas. (LAURENTIN, 1958, p. 313)

A intenção do autor era colocar Pio IX contra Sto. Tomás, mas não se atenta às nuances do assunto, tais quais a terminologia distinta de ambos e a precedência da concepção com respeito à animação em um e a simultaneidade de ambas em outro. O autor está a atacar o vento.

Ele ainda me acusa de um erro gravíssimo:


"Agora vamos a alguns pontos essenciais do texto. Primeiramente, o texto erra gravemente ao dizer que, para St. Tomás, a alma racional substitui as almas vegetativa e sensitiva durante a gestação. Não podia estar mais errado, uma vez que a crença aristotélica diz na verdade que, no ser humano, há incluído a alma vegetativa, a sensitiva e a racional. Assim, o que ocorre na gestação, segundo St. Tomás, seria uma sucessiva inclusão de faculdades que vai da alma mais simples até a mais complexa, não uma substituição de uma pela outra (o que seria absurdo)."


Essa leviana acusação prova duas coisas: a ignorância do autor acerca da ontologia da alma em Sto. Tomás e a pressa com que ele leu meu texto anterior na ânsia de dar uma resposta o mais rápido possível (meu texto de quase 30 páginas foi respondido no mesmo dia em 3 parágrafos no Facebook). Vejamos o que realmente eu disse. Aqui transcreverei o que disse no artigo.


"Segundo Tomás, há cinco gêneros de potência da alma, sendo eles: vegetativo, sensitivo, apetitivo, locomotivo e intelectivo. Dentro destes cinco gêneros, devemos destacar três que se dizem almas, sendo elas: racional, sensitiva e vegetativa. O que haveria durante a gestação da criança no ventre materno seria uma sucessão de “almas”, sendo primeiro a vegetativa, sendo substituída pela sensitiva e esta pela racional."


Nessa simples passagem está a resposta para a objeção pedante de nosso adversário que não se cansa de atacar um oponente que não lhe pode reagir: o vento. Eu disse que das 5 potências da alma (vegetativa, sensitiva, apetitiva, locomotiva e intelectiva), 3 se destacam (sensitiva, sensitiva e intelectiva ou racional) e que, por isso mesmo, também se dizem almas. Aqui transcrevo a referência e localizo a passagem da obra referenciada para não deixar margem à dúvida.


FILHO, Moacir Ferreira. A ontologia da alma em

São Tomás de Aquino. -- São Paulo: Paulus, 2016, p. 15.


Para deixar mais claro a posição do estagirita, coisa que nosso objetor não fez (não citou sequer um único artigo ou obra em sua resposta a nós), esclareceremos a opinião de Aristóteles e de Santo Tomás. No meu primeiro artigo eu deixei bem claro os debates medievais acerca da alma humana e destaquei duas correntes de debate: quanto à causa e quanto ao tempo. No que se refere ao tempo existiam duas posições: mediatismo e imediatismo. O imediatismo postula a criação da alma no momento da concepção; o mediatismo retarda a criação da alma para depois da concepção. Pois bem, concentrei minha atenção no mediatismo por ser a posição de Sto. Tomás. Segundo essa tese, o embrião desenvolve por primeiro uma alma vegetativa, posteriormente substituída por uma alma sensitiva; esta, por fim, é substituída por uma alma intelectiva (De Generatione Animalium, II, 3, 736 b, 8-15).


Vejam que o que há na doutrina tomista é uma animação progressiva, de modo que há sim uma substituição das potências vegetativa pela sensitiva e desta pela racional. Mas como essas potências são também chamadas de “almas”, costuma-se chamar a isso de “progressão de almas”. Lima chega a afirmar o seguinte acerca da progressão de almas e o debate entre Sto. Tomás e seu mestre:


Contudo, o mestre de Tomás, Alberto Magno (1206-1280), concebeu tese diversa. Para o Doutor Universal, que também se apoiou em Aristóteles, o embrião concebido, antes de receber uma alma intelectiva infundida por Deus, não detém alma nenhuma. As atividades vegetativas e sensitivas nele operadas são causadas pela vis formativa do sêmen paterno, já que se pensava na época que este permanecia em atividade junto ao embrião até o quadragésimo dia após a concepção. Finda a atividade da potência formativa seminal, o concepto estaria pronto para receber a infusão da alma intelectual ou espiritual, já perfeita e acabada. Portanto, diferentemente de Tomás, Alberto, ainda que adira ao mediatismo, não adere à tese da progressão ou sucessão de almas (vegetativa, sensitiva e intelectiva) (LIMA, 2021, p. 7).

A teoria de Tomás acerca da animação progressiva do embrião supõe que este seja inicialmente informado por uma alma vegetativa, que posteriormente se corrompe e cede lugar a uma alma sensitiva; esta, finalmente, também se corrompe para que advenha a alma intelectiva espiritual, que é criada diretamente por Deus e por ele infundida no ente concebido. Ele postula, assim, que a animação completa do ente não se daria no instante da concepção, mas posteriormente – como já dito, após quarenta dias para o embrião masculino e noventa dias para o embrião feminino (idem, p. 7)


LIMA, 2021, p. 8


No primeiro artigo eu fiz questão de colocar esse esquema dos debates sobre a alma no corpo do texto, mas nosso adversário fez questão de solenemente ignorá-lo. Se tivesse lido saberia acerca dos debates entre os mediatistas sobre a progressão de almas.


A alma se diversifica conforme as suas operações são mais ou menos afastadas do corpo e de suas atividades (GARDEIL, 2013, p. 42). Assim, Tomás apresenta de modo hierárquico três partes da alma. (1) A primeira é a alma racional (anima rationalis), cuja função ultrapassa a natureza corporal, de modo que nem mesmo é realizada por um órgão do corpo. (2) A segunda é a alma sensitiva (anima sensibilis). Sua operação se realiza por meio de um órgão corporal, mas sem que intervenham as propriedades dos elementos físicos. (3) A terceira e última é a alma vegetativa (anima vegetabilis), que se dá por meio de um órgão corporal e em virtude de uma qualidade corpórea, pois supõe as propriedades dos elementos físicos (ALMEIDA, 2018, p. 48).

Assim, Sto. Tomás na Suma Teológica defende claramente a progressão de almas durante a animação do embrião:


Como a geração de um é sempre a corrupção de outro, é necessário dizer que, tanto nos homens como nos outros animais, quando uma forma mais perfeita é produzida, a precedente se corrompe, de tal forma que a nova forma tem tudo o que continha a antiga e ainda algo mais. Assim, ao longo de muitas gerações e corrupções, chega-se à última forma substancial, no homem como nos outros animais. Isso dá-se a conhecer sensivelmente nos animais gerados da putrefação. Deve-se pois dizer que a alma intelectiva é criada por Deus no término da geração humana e que essa alma é ao mesmo tempo sensitiva e nutritiva, desfeitas as formas precedentes (ST, I, q. 118, a. 2, sol. 2)

III - MAIS OBJEÇÕES JOGADAS AO VENTO


Nosso querido objetor, seguindo a máxima de Aristóteles e repetida por Sto. Tomás que diz que “um pequeno erro no princípio torna-se grande no final”, acaba por levantar objeções onde deveria simplesmente recuar e avaliar suas premissas, pois o erro daquelas provém dessas. Vejam o que eles diz:


"Posto isso, tal erro flagrante leva o autor a subestimar o problema que é reconhecer que, para St. Tomás, o corpo de Maria teve pecado até ter sua alma racional infundida nele. Ora, reconhecer que o corpo de Maria estava contaminado pelo pecado original até sua alma racional ser infundida nele significa reconhecer que, em um certo período da existência do corpo de Maria, suas faculdades vegetativas e sensitivas estavam contaminadas pelo pecado. E isso vai completamente de encontro ao que a bula Ineffabilis Deus diz, a saber que, desde o primeiro instante de sua criação, Maria foi preservada imune do pecado original de tal modo que nem o seu corpo foi contaminado, como vimos inicialmente. Algum crente na imaculada conceição está disposto a concordar com St. Tomás?"


Creio que o leitor atento já saberá que sua objeção já nasceu morta. Como vimos, a parte da Bula que ele mencionou anteriormente não pertencia à definição do dogma. Mas ainda assim, concedamos nesse ponto, simplesmente para fins argumentativos. A questão que se põe é a seguinte: para Pio IX, houve algum tempo em que o corpo de Maria existiu sem a sua alma racional ou corpo e alma surgem ao mesmo tempo? Já vimos no primeiro artigo que há uma simultaneidade no surgimento de ambos, para Pio IX, enquanto para Sto. Tomás o “corpo” surge antes da alma (a seguir darei a razão das aspas).


Outra questão, que me foi lembrada pelo amigo Lukkas Queiroz: corpo e matéria são diferentes para Sto. Tomás. Ora, a alma é a forma do corpo (teoria hilemorfista). Como poderia haver o corpo antes de sua forma? Só havia, portanto, a matéria (embrião) que um dia seria o corpo ao ser informada pela alma. Logo, nem assim Sto. Tomás está em desacordo com a Bula Ineffabilis Deus quando esta diz que “Maria foi preservada imune do pecado original de tal modo que nem o seu corpo foi contaminado”. Posto que é a infusão da alma que informa o corpo, corpo e alma são simultâneos. Logo, para Sto. Tomás nem sequer o corpo de Maria propriamente dito foi manchado pelo pecado. Mais uma falha tentativa de nosso adversário.


OBS: Tendo isso em mente, corrigiria somente as partes em que me referi ao “corpo” de Maria antes de sua animação, pois o termo correto seria outro (embrião, concepto, etc).


IV - REPETIÇÕES AD NAUSEAM


"Ademais, como o próprio autor reconhece, St. Tomás diferenciava a concepção (momento de surgimento do embrião) da animação (momento de infusão da alma racional). E, dado o que explicamos acima, a implicação disso (o que o autor também reconhece) é que, se St. Tomás acreditava que Maria foi livre da mancha do pecado original apenas na animação, ele acreditava que o corpo de Maria estava contaminado pelo pecado original, o que contradiz o dogma da imaculada conceição, como já mostramos."


Isso já foi refutado acima: não há corpo antes da infusão da alma racional.


"Curiosamente, o autor do texto reconhece que St. Tomás concordava que o corpo de Maria foi concebido com pecado original, mas fala sobre isso en passant como se isso não representasse uma contrariedade em relação ao que é dito sobre a imaculada conceição na bula Ineffabilis Deus. Mas isso representa uma clara contrariedade, afinal, isso significa que em um certo sentido Maria foi concebida com pecado. Novamente pergunto: algum crente na imaculada conceição está disposta a concordar com St. Tomás?"


Mais repetições de algo que já foi respondido. Não há porque perdermos mais tempo com isso.


Portanto, mesmo que concordemos com a hipótese defendida pelo autor de que St. Tomás acreditava somente que o corpo de Maria foi concebido em pecado, isso por si só já mostraria que St. Tomás não acreditava na imaculada conceição. Mas é importante lembrar que esse malabarismo retórico levantado por romanistas só existe porque não aceitam a hipótese mais simples de que a contraditória fala de St. Tomás, sobre Maria não ter incorrido em pecado original mas, como dito logo depois por ele mesmo, ter sido concebida com pecado original, é fruto de uma modificação posterior de seu texto. Porém, como dizemos, mesmo aceitando esse malabarismo retórico, nada disso mostra que St. Tomás não negou a imaculada conceição, tal como definida na bula Ineffabilis Deus.


"Ele passa por cima de toda a minha argumentação sobre St. Tomás ter mudado de opinião ao final de sua vida como se não fosse nada para simplesmente concluir sua resposta como um pombo enxadrista. Isso inclusive causou reações adversas em muitos de seus seguidores, pois reconheceram que ele e sua página não estavam levando o debate a sério. Somente uma meia dúzia de fãs e mais um outro apologista calvinista que insistiam que eu e a Fraternidade Newman Brasil tínhamos nos dado mal no debate e que seríamos “apologistas mirins” – ao passo que fomos nós que desmascaramos esse dito calvinista diversas vezes, pois não é incomum ele usar citações falsas (fora o show de horrores que é quando ele perde a paciência em debates ao vivo e se porta como um verdadeiro apologista mirim)."


V - A FALHA TENTATIVA DE SE USAR UM ARGUMENTO DE AUTORIDADE


Após todo o expediente de enrolação, a dita página passou a pular de argumento de autoridade a argumento de autoridade (o que eu também poderia fazer citando tomistas a rodo) sem tocar no cerne da questão: os argumentos do Lagrange (2017), Rossi (1931), e Lumbreras (1924) [3], que são a base do meu primeiro artigo.


Pois bem, acontece que eles citaram uma frase do mariologista Juniper Carol em um de seus posts. No entanto, a frase não é do Juniper Carol que, segundo o autor do post, é um dos maiores mariologistas católicos que já existiu. Na verdade, a obra citada foi organizada pelo Carol, mas o texto em questão tem outros dois autores: Aidan Carr e Germain Williams. A coisa começa a ficar estranha quando eles não colocam a página da citação, colocam um link de um blog nos comentários, e, ao invés de checarem na fonte se a citação é real, tomam por verdade sem consultar a obra – isso na tentativa desesperada de terem onde se apoiar [2].



Eu cheguei a baixar uma edição dela de 1951 em que a passagem não existe (depois reparei que a página da citação que não havia sido digitalizada, na verdade). Se fosse outro sairia alardeando que é falsa. O que fiz? Fui atrás de uma edição mais recente e achei uma de 1961 e, de fato, a citação tá lá. Mas não é do Carol, e sim desses outros dois autores. Portanto, o argumento de autoridade de se recorrer a um dos maiores mariologistas católicos cai por terra. Fora que isso prova a falta de comprometimento com a exatidão e a inaptidão com as fontes dos adms da página.


Bruno Lima na parte 2 do texto publicado no site (Aqui ).


Mas aí, pergunto: será que o autor dessa pretensa resposta ao menos leu os textos do Bruno Lima que ele mesmo postou em seu site? Me parece que não, pois a citação foi atribuída ao Carol na parte 2 do texto deles (escrito pelo Bruno Lima em resposta ao Rafael Rodrigues). O interessante é que o Rafael na tréplica mostrou que a citação não era do Carol (o que acabei descobrindo depois, algo que poderia ter me poupado trabalho, mas ok).


Parte 3 do texto do Bruno Lima

(é de 2016, não foi publicado no site deles, somente aqui).


Na parte 3 do texto do Lima (que eles não postaram), ele admite que não leu a obra e que nem sequer checou a citação e ainda tenta sair por cima usando argumento de autoridade e do silêncio ao mesmo tempo: "é uma das obras de referência sobre o tema e os autores nem mencionam a possível mudança de posição de São Tomás". Será mesmo que a obra é referência em mariologia tomista? Mas nem um pouco!


CARR, Aidan; WILLIAMS, Germains. Mary’s Immaculate Conception.

IN: CAROL, Juniper (org.). Mariology, Vol. 1, Bruce, 1961, p. 366.


Para facilitar a leitura, eis a tradução do trecho inteiro:


São Tomás de Aquino (1225-1274) tratou a questão da Imaculada Conceição apenas incidentalmente, como cognata à sua consideração da impecabilidade de Cristo. Ele seguiu o ensinamento de São Bernardo, e pode-se afirmar que sua relutância em admitir a imunidade de Maria do pecado desde o primeiro momento de sua concepção foi devido ao fracasso das escolas em desenvolver uma noção precisa do momento da concepção e da animação. Alguns expoentes de St. Tomás tem se esforçado para estabelecer que o Doutor Angélico defendeu virtualmente a Imaculada Conceição, e certamente a teria ensinado se a "concepção" tivesse sido tratada de forma completa por ele. Mas a maioria dos estudiosos de St. Tomás está bastante preparada para admitir que o Doutor Angélico simplesmente negou a libertação de Maria do pecado original. A “Escola Tomista” tem produzido não poucos defensores, por séculos, do privilégio da Virgem Bem-aventurada. Muito antes da definição da Imaculada Conceição como artigo de Fé, muitos dominicanos comprometeram-se a defendê-la ao terem seu diploma nas escolas da Europa”.

E isso é tudo o que os dois autores têm a dizer sobre Sto. Tomás e a Imaculada Conceição. Literalmente apenas um parágrafo. Vejam que abaixo eles já começam a tratar de Duns Scotus.

Como eu disse, os autores tentaram usar dois argumentos com essa citação: argumento de autoridade e argumento do silêncio. Mas, para serem válidos, a obra tem que ser referência no assunto e tem que tratar longamente da Imaculada Conceição em St. Tomás para que se possa esperar que ele mencione ou não sua possível mudança de opinião ao fim da vida.

Aí já há dois erros.


O primeiro: a obra não é referência alguma em mariologia tomista (os autores do texto são franciscanos inclusive), mas antes citar o "Mariología Tomística" do Francisco Margott que cito no meu artigo. Aqui falha o argumento de autoridade.


O segundo: o espaço dedicado a St. Tomás é literalmente um parágrafo. Como esperar que os autores tratassem de um tema tão vasto em tão pouco espaço? Claramente eles trataram de São Tomás somente de passagem. Como não foi um trabalho exaustivo sobre o tema, aqui cai o argumento do silêncio.


VI - A BOA COMPANHIA QUE DISPOMOS


Até o presente momento não vimos nenhuma boa objeção ao nosso primeiro artigo. Até o Carlos Nougué, tomista brasileiro que concorda com a página deles, prometeu que refutará “minha tese” em seu próximo livro em que tratará dos privilégios de Maria. O que nos resta então é esperar pelo livro do Nougué, porque de objetores protestantes, em sua maioria verdadeiros aventureiros em tomismo, não esperamos mais nada. Mas se a consolação deles é terem o Nougué em sua companhia, creio que podemos invocar algumas autoridade de peso para o nosso lado também.


E só para acabar de vez com o velho mito de que são poucos os tomistas que defendem a posição que aqui exponho e defendo, citarei umas passagens interessantes da obra The Dogma of the Immaculate Conception: History and Significance, editada e organizada por Edward O’Connor:


"Muitos discípulos de São Tomás procuraram e ainda procuram mostrar que não foi a Imaculada Conceição em si que seu mestre negou, mas apenas uma certa explicação dela que teria separado Maria da Redenção realizada por Cristo. Nossa única intenção aqui é apresentar a teologia da Imaculada Conceição na estrutura geral da doutrina de Santo Tomás. Sem dúvida, esse estudo resultará na impressão de que as respostas às objeções de Santo Tomás são fornecidas por sua própria teologia” (NICOLAS, 1958, p. 327)

Vejam que, para Marie-Joseph Nicolas, não são poucos os tomistas empenhados na missão de defender o Aquinate contra as acusações de ter negado a Imaculada. A grande questão era conciliar duas verdades:


O instinto cristão pressentiu que a pureza de Maria teria sido menor e sua graça menos perfeita se ela tivesse sido concebida no pecado original. Também sentiu que ela não poderia ter sido menos dependente de Cristo e de Seu sacrifício redentor do que outros seres humanos - não apenas pela honra de Cristo, mas também pela da própria Maria. Se alguém conseguisse conciliar essas duas exigências da tradição viva da Igreja, como poderia hesitar? (Idem, p. 335)

De um lado a Fé exige que Maria tenha a maior pureza que uma criatura pode ter (o que inclui ser pura desde a concepção), do outro a mesma Fé exige que Cristo seja o Redentor universal. Pois bem, Rene Laurentin comentando sobre a Ineffabilis Deus diz:


As duas grandes exigências tradicionais são aqui satisfeitas com toda a desejável clareza: desde o primeiro momento, Maria está absolutamente isenta de toda mancha de pecado original. No entanto, esta filha de Adão foi salva por Jesus Cristo. A grande dificuldade de conciliar essas duas exigências está na ordem do tempo: como foi possível que Maria, concebida de modo comum, não tivesse incorrido nem por um instante no pecado da raça a que pertencia? E como ela poderia ter sido salva antes de Cristo ter redimido o mundo? Esta dificuldade se resolve em duas palavras: preservação, previsão: a Santíssima Virgem foi preservada do pecado original, na previsão dos méritos de Jesus Cristo". (LAURENTIN, 1958, p. 312)

E Pio IX vai buscar no próprios Sto. Tomás os princípios que lhe permitiriam definir solenemente a Imaculada.


VII - Á GUISA DE CONCLUSÃO


Não podemos nos esquecer de citar o Congresso Mariológico Internacional realizado em Roma em 1954 a 1955. Sobre ele, informa-nos Carlo Basić OFM (1958, pp. 194-196) que vinte eruditos teólogos da Ordem dos Pregadores entregaram documentos sobre a doutrina de São Tomás sobre a Imaculada Conceição. Estes foram publicados no volume VI (De Immaculata Conceptione in ordine S. Dominici, 1955) das Atas do Congresso (Virgo Immaculata, Romae, Academia Mariana Internationalis).


Alguns desses teólogos sustentam a tese negativa, ou seja, que o doutor angélico nunca ensinou o privilégio mariano, porque distinguiu claramente entre a concepção no pecado original e a santificação posterior no ventre de sua mãe; outros defenderam uma tese alternativa, a saber, que o Doutor Angélico primeiro detinha explicitamente o privilégio mariano, depois o negou e, no final de sua vida, voltou à opinião afirmativa; outros sustentaram que São Tomás expôs claramente os princípios nos quais a doutrina está contida; e alguns até sustentaram que o doutor angélico afirmou explicitamente que a Santíssima Virgem não tinha pecado original. Neste último sentido, há um trabalho recente de John F. Rossi, C.M., Quid senserit S. Thomas Aquinas de Immaculata Virginis Conceptione, Piacenza 1955, com prefácio de Fr. Cornélio Fabro. Pe. Rossi, que já havia publicado outros trabalhos sobre o assunto, depende principalmente de três textos que considera claros e que devem ser usados ​​para esclarecer os textos obscuros, a saber:


a) "Talis fuit puritas B. Virginis, quae peccato originali et actuali immunis fuit" (trad. “Tal era a pureza de B. Virgin, que era imune ao pecado original e atual”) (Sent. I, d.44 q.1 a.3 ad 3);


b) "Spiritus sanctus in beata Virgine duplicem purgationem fecit; unam quidem quasi praeparatoriam ad Christi conceptem, quae non fuit ab aliqua impuritate culpae vel fomitis" (trad. “O Espírito Santo fez uma dupla purificação na bem-aventurada Virgem; de fato, um, por assim dizer, preparatório para a concepção de Cristo, que não era de qualquer impureza de culpa ou luxúria”) (Summa theol., III, q.27 a.3 ad 3);


c)Santissima Virginis nec originale nec mortale, nec veniale peccatum incurrit" (trad. “A Santíssima Virgem não incorreu nem em pecado original, nem mortal, nem venial”) (Expositio Salutationis Angelicae).


No entanto, o Pe. Synave, em “Le commentaire de Saint Thomas sur Ave Maria et la doutrina de l'Immaculée Conception,” em Bulletin Thomiste 9 (1932) 563-584; e Pe. Jacques De Blic, em “Saint Thomas et l'Immaculée Conception,” em Revue apologétique 57 (1933) 25-36, levantam sérias objeções à edição crítica do Pe. Rossi (por nós defendida no primeiro artigo). Quanto ao texto do Pe. Synave, infelizmente não consegui acesso ao período tomista em que ele foi publicado. Mas sabe-se que os seus argumentos contra a autenticidade da expressão “nec originale” não foram convincentes o bastante pare Lagrange que diz: “Este texto [o “nec originale”], apesar das objeções feitas pelo Pe. P. Synave, parece bem ser autêntico” (LAGRANGE, 2017, p. 52).


Acrescente-se a isso as demais obras publicadas pelo Rossi em que ele volta a defender sua posição, como a já citada Quid senserit S. Thomas Aquinas de Immaculata Virginis Conceptione que foi publicada em 1955 (e o Review de Vansteenkiste que é de 1957). Parece, portanto, que os argumentos do Pe. Synave não se sustentaram. Quanto aos argumentos do Jacques De Blic, (seu texto na Revue apologétique pode ser lido aqui), limitam-se a repetir os argumentos de Synave sem nada acrescentar de novo. Vejamos seus dois principais argumentos;


Em primeiro lugar, é importante observar que o texto do Exposito salutationis angelicae não é do próprio São Tomás. É o relatório de um auditor desconhecido, cuja lealdade jamais saberemos. A partir de então, quando tivéssemos a certeza de possuir intacta a sua redação original, talvez houvesse alguma ousadia em querer considerar todos os seus detalhes como relativos, sem distorcer, à doutrina realmente desenvolvida por São Tomás. (DE BLIC, 1933, p. 26)

Primeiro ele diz que o texto nem de Sto. Tomás é, mas sim de um “auditor” (um discípulo que anotava enquanto o mestre ditava). Essa tentativa de rebaixar a autenticidade o texto da Expositio é no mínimo estranha, haja vista que essa prática era muito comum na escolástica, i.e, o mestre ditava enquanto o discípulo anotava seus ensinamentos. Por essa lógica não apenas o Expositio deveria figurar fora da lista das obras do Angélico, senão que grande parte de sua produção intelectual [4].


O seu segundo argumento é o seguinte:


Mas, além disso, do ponto de vista da crítica externa, não é certo que, na passagem que nos interessa, a lição "nec original" seja autêntica. O relatório erudito completo consagrado por R. P. Synave ao livro de P. Rossi, deixa na mente, a esse respeito, uma forte impressão de dor. Os manuscritos em que se encontram as cartas originais (14 das 10 utilizadas pelo editor) seriam, apesar de seu número, exemplos menos bons do que os do outro grupo. De qualquer forma, é muito cedo para tirar uma conclusão firme da tradição manuscrita. [...] Mas M. Destrez faz uma lista de 44 números, e eles, ele pensa, poderão acrescentar outros. Enquanto não trouxermos e compararmos os dados deste material, seria arriscado fazer um julgamento sobre o estado do texto. (Idem, pp. 26-27)

Quanto a este segundo argumento, recorreremos a um outro trabalho de Rossi (já mencionado e publicado em 1955, portanto, anos depois dessas críticas). Em sua obra Quid senserit S. Thomas Aquinas de Immaculata Virginis Conceptione (Piacenza, 1955), defende com maestria e usando praticamente os mesmos argumentos que os nossos a sua antiga opinião e isso à luz do atual status quaestiones à época. Pergunte aos administradores da História Reformada se conhecem esse trabalho ou se ao menos ouviram falar nele. Ou o mais sonoro “não” ou mais ensurdecedor silêncio será a resposta. Recorra ao mais longínquo passado ou avance ao mais distante futuro, palpiteiro será sempre palpiteiro. Quanto a essa obra do Pe. Rossi, há um interessante review dela feito pelo Vansteenkiste O.P na Angelicum (1957), na qual ele conclui sua análise da obra de Rossi com as seguintes palavras:


Textos claros, que não sofrem contradição, excluem o pecado original: todos os outros textos podem ser facilmente explicados no mesmo sentido, de acordo com a terminologia tomista – ao contrário, se partirmos do conceito oposto, textos que não são – diretamente – claros podem ser explicados contra a doutrina da Imaculada Conceição, mas com terminologia mais moderna; e então os textos evidentes não podem ser explicados (usar mudanças de pensamento é um método de fantasia). (VANSTEENKISTE, 1957, p. 222)

Basicamente ele conclui duas coisas:


1) Existem textos claros em que São Tomás defende a Imaculada Conceição (veremos abaixo quais são esses textos novamente);


2) Existem textos obscuros onde ele aparenta ser contrário à Imaculada Conceição, mas que podem ser explicados pela terminologia tomista (Pe. Lumbreras, Del Prado, Margott e Rossi fizeram isso).


Esta conclusão é corroborada pelos textos do Vol. VI da Acta congressus mariologi mariani (Romae, 1955). Pe. Ciappi declara: "principia D. Thomae perfecte consonare cum assertis ab Ecclesiae Megisterio" (Trad. “Os princípios de Sto. Tomás estão em perfeita harmonia com os afirmados pelo Magistério da Igreja”), (p. 3). P. Cuervo: "Desde o princípio estabelecido por S.Tomás... a concepção de Maria foi imaculada, é totalmente inevitável" (p. 37). P. Verardo: "Certocertius ex principiis ipsis a S. Thoma traditis erui potest" (“Certamente pode ser extraído dos próprios princípios transmitidos por São Tomás”), (p. 91). Tudo isto pode ser facilmente checado em suas devidas fontes indicadas.


Com isso espero ter demonstrado que não se refuta uma posição defendida por tão insignes intelectuais com meia dúzia de parágrafos em um post de Facebook. A pesquisa séria e o comprometimento com as fontes deve ser algo marcante no trabalho de alguém que se aventura na vasta floresta da pesquisa histórica. Pesquisar, reter, anotar, traduzir e indicar de onde tirou essa ou aquela informação deve ser uma marca distintiva do intelectual cristão.


Salve Maria!!!

Viva Cristo Rei!!!


NOTAS:

[1] Eu tentei usar de caridade hermenêutica na interpretação dessa passagem, ou seja, tentei de todo modo ler sem a ambiguidade, mas o fato de que essa passagem está mal escrita não saia de minha cabeça, então decidi tentar também com o chat GPT para ver se a IA concordaria comigo e, para minha surpresa, sim, ela concordou. Ou seja, a interpretação correta da passagem é a primeira, a que diz que o “corpo” surge antes. Como vemos, ai tentar definir a Imaculada Conceição, a página História Reformada acabou por defender a animação tardia.



[2] OBS1: ainda erraram o ano da edição da obra, ela é de 1955 (segundo o próprio blog citado), não de 1995, como dito na imagem. OBS 2: a página apagou o post depois de ter sido desmascarada, mas o print é eterno.


[3] No meio de minhas pesquisas, acabei descobrindo que o artigo do Pe. Lumbreras é uma espécie de resumo do livro do Pe. Norbert Del Prado, Divus Thomas et bulla dogmatica “Ineffabilis Deus, de 1919, e com mais de 400 paginas!!! Portanto, o que não falta é autoridade e material para trabalhar.


[4] Para citar apenas um exemplo do Novo Testamento: as cartas de Pedro. Comentando sobre a 1ª carta de Pedro, diz-nos a introdução às epístolas católicas da Bíblia de Jerusalém: “A carta deve ser anterior à morte de Pedro (64 ou 67), mas talvez só alguns anos mais tarde é que Silviano a deu por terminada, segundo as diretrizes de Pedro e sob a sua autoridade” (p. 2105). Comentando sobre a 2ª carta diz: “Além disso, muitos críticos modernos recusam-se, por sua vez, a atribuí-la a são Pedro, e é difícil não lhes dar razão. Mas se um discípulo posterior se valeu da autoridade de Pedro, pode ser que tivesse algum direito de o fazer, talvez porque pertencesse aos círculos que dependiam do apóstolo, ou então porque utilizasse escrito proveniente e o adaptasse e completasse com o auxílio de Jd. Isso não equivale necessariamente a cometer falsificação, pois os antigos tinham ideias diferentes das nossas sobre a propriedade literária e a legitimidade da pseudonímia”. (p. 2105)


REFERÊNCIAS:


ALMEIDA, Neimar de. A teoria da alma em Tomás de Aquino. 2018. 96 f. Dissertação (Mestrado em Filosofia)—Universidade de Brasília, Brasília, 2018.


BALIĆ, Carlo. The Mediaeval Controversy over the Immaculate Conception. In: O'CONNOR, Edward D. (edit). The Dogma of the Immaculate Conception: History and Significance.[Notre Dame, Ind.] University of Notre Dame Press, 1958, pp. 161-211.


CARR, Aidan; WILLIAMS, Germains. Mary’s Immaculate Conception. IN: CAROL, Juniper (org.). Mariology, Vol. 1, Bruce, 1961, pp. 328-394. Disponível: Aqui. Acesso em 12 de junho de 2023.


DE BLIC, Jacques. Saint Thomas et l'Immaculée Conception. In: Revue apologétique, 57 (1933), pp. 25-36. Disponível em: aqui.


DEL PRADO, Norbert. Divus Thomas et bulla dogmatica “Ineffabilis Deus," Friburgi 1919.


FERREIRA FILHO, Moacir. A ontologia da alma em São Tomás de Aquino. -- São Paulo: Paulus, 2016, p. 15.


GARDEIL, Henri-Dominique. Iniciação à Filosofia de São Tomás de Aquino: Psicologia – Metafísica. Tradução de Cristiane Negreiros Abbud Ayoub, Carlos Eduardo de Oliveira e Paulo Eduardo Arantes. 1ª ed. São Paulo: Paulus, 2013.


MARGOTT, Francisco. La Mariología Tomística. Tradución de D. Gabino Chaves.


NICOLAS, Marie-Joseph. The Meaning of the Immaculate Conception in the Perspectives of St. Thomas. In: O'CONNOR, Edward D. (edit). The Dogma of the Immaculate Conception: History and Significance.[Notre Dame, Ind.] University of Notre Dame Press, 1958, pp. 327-346.


ROSSI, Ioannes Felix. “S. THOMAE AQUINATIS Expositio Salutationis Angelicae.” Divus Thomas, vol. 34, 1931, pp. 445–79. JSTOR. Disponível em: Aqui. Acesso em 28 Jan. 2023.

_______. Quid senserit S. Thomas Aquinas de Immaculata Virginis Conceptione, Piacenza 1955.


LAGRANGE, Réginald Garrigou.. A Mãe do Salvador. Tradução: José Eduardo Câmara de Barros Carneiro. 1ª ed – Campinas-SP: Ecclesiae, 2017.


LAURENTIN, Rene. The Role of the Papal Magisterium in the Delevopment of the Dogma of the Immaculate Conception. In: O'CONNOR, Edward D. (edit). The Dogma of the Immaculate Conception: History and Significance.[Notre Dame, Ind.] University of Notre Dame Press, 1958, pp. 271-325.


LIMA, Henrique Cunha de. A Tese da Animação Progressiva em Tomás de Aquino e as suas Implicações Éticas: o início da vida humana e o problema do aborto. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade Federal do Rio de Janeiro: Rio de Janeiro-RJ, 2021.


LUMBRERAS, O.P. St. Thomas and the Imaculate Conception. IN: Homilética e Pastoral Review XXIV [1924], nº 3, pp. 253-263. Disponível para download aqui: Aqui. Acesso em 28 de jan. de 2023.


QUINN, Terence. St. Thomas’ Teaching on the Immaculate Conception. Disponível em: Aqui. Acesso em 12 de junho de 2023. Vansteenkiste, C. (1957). [Review of Quid senserit S. Thomas Aquinas de Immaculata Virginis Conceptione, by J. F. Rossi]. Angelicum, 34(2), 221–223. aqui.

Virgo Immaculata: De Immaculata Conceptione in Ordine S.Dominici Itália: Academia Mariana Internationalis, 1955.


KING, Lawrence Jerome. The Authoritative Weight of Non-Definitive Magisterial Teaching. 2016. Tese de Doutorado. Catholic University of America. Disponível em: Aqui.


SULLIVAN, Francis A. Creative fidelity: Weighing and interpreting documents of the Magisterium. Wipf and Stock Publishers, 2003. Disponível em: Aqui.



Commentaires


bottom of page