Fé, Obras e Justificação em I Clemente
- Jefferson Santos
- 12 de jul.
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Conferência de Estudos Bíblicos de Oxbridge 2014, por Matthew J Thomas
Tradução: Jefferson Santos

A Primeira Epístola de Clemente aos Coríntios — comumente identificada como “o escrito cristão mais antigo fora do Novo Testamento” — frequentemente é acusada de apresentar uma compreensão incoerente da relação entre fé e obras.1 J.B. Lightfoot, embora geralmente apreciador da carta, considera que Clemente não reconhece o “significado doutrinal” da fé “segundo o ensino de S. Paulo”2 e demonstra “ansiedade” ao tentar harmonizar perspectivas paulinas e jacobinas.3 Outros, como Rudolf Knopf, vão além, condenando o “moralismo racional” que surge da tentativa de Clemente de “combinar ‘solafideísmo’ com ‘sinergismo’.”4
No entanto, como debates recentes sobre a teologia paulina deixaram claro, dificuldade similar pode ser encontrada em conciliar diferentes vertentes do próprio ensino do Apóstolo sobre fé e obras, com seções supostamente fundamentais como Romanos 2 sendo interpretadas como “princípios primeiros” por comentaristas como N.T. Wright e “teóricas ou hipotéticas” por muitos outros.5 Seguindo a convicção de Wright (parafraseando Ernst Käsemann) de que “devemos assumir que o texto tem uma lógica interna, mesmo que inicialmente não seja totalmente compreensível para nós,” este artigo busca discernir a coerência no pensamento de Clemente, primeiro apresentando uma visão geral das discussões sobre fé e obras na epístola, depois focando na seção crucial dos capítulos 30-35, com a afirmação de que ideias da Nova Perspectiva sobre Paulo — particularmente aquelas relacionadas à justificação — podem ajudar a ler 1 Clemente como um todo coeso e unificado.6 Tal tarefa é empreendida não apenas para compreender esta carta em particular, mas também como uma reflexão da doutrina do próprio Paulo, cuja tradição Clemente conscientemente busca preservar em seu próprio escrito.
A Primeira Epístola de Clemente é considerada como tendo sido escrita para a Igreja de Corinto por um bispo ou presbítero da Igreja de Roma no final do primeiro século, com dois períodos comumente aceitos sendo 69-70 d.C. (após o “ano dos quatro imperadores” em 69 d.C., de acordo com o influente estudo de Thomas Herron) ou em meados dos anos 90, sob o reinado de Domiciano.7 Como Andrew Gregory observa, o documento assume a forma de um συμβουλευτικον, um “tipo de retórica deliberativa que busca persuadir em vez de compelir.”8 Escrevendo para exortar a Igreja de Corinto ao arrependimento por ter deposto seus presbíteros, Clemente recorre a textos paulinos para fundamentar seu argumento, convocando seus leitores a “tomar a carta de Paulo” (1 Coríntios) em 47,1 e demonstrando claro uso de Romanos, 1 Coríntios e (a às vezes considerada paulina) Hebreus em sua epístola.9 Santo Irineu identifica Clemente como o quarto Bispo de Roma, que tinha “a pregação dos apóstolos ainda ecoando [em seus ouvidos], e suas tradições diante de seus olhos,” e escreveu “uma carta muito poderosa aos Coríntios... declarando a tradição que havia recebido recentemente dos apóstolos.”10 A história do século IV de Eusébio descreve a carta de Clemente como “longa e maravilhosa,” escrevendo que “em muitas igrejas esta epístola era lida em voz alta para os fiéis reunidos nos primeiros tempos, como ainda é nos nossos dias.”11
Com efeito, Bart Ehrman observa que 1 Clemente “foi citada, às vezes como Escritura, por eminentes pais da Igreja como Clemente de Alexandria, Orígenes, Eusébio, Dídimo, o Cego, e Jerônimo,”12 e Michael Holmes observa que a epístola (juntamente com 2 Clemente) é preservada como parte do Novo Testamento no Códice Alexandrino do século V, imediatamente após o Apocalipse, com os Cânones Apostólicos Sírios do século IV igualmente colocando as duas no final do Novo Testamento, e um manuscrito sírio do século XII as posicionando entre as epístolas católicas e antes das de Paulo.13 Como Lightfoot e Knopf demonstram, as avaliações modernas da epístola tendem a ser influenciadas pelo impacto da Reforma; Robert Grant chega a comentar que “não há nenhuma razão particular para discutir a maioria dos comentários sobre 1 Clemente que apareceram durante o final do século XIX e início do século XX,” pois os comentaristas foram influenciados menos pela epístola em si e mais “por várias teorias sobre o que o cristianismo primitivo deveria ter sido.”14
Alguma inquietação pós-Reforma em relação à epístola de Clemente pode ser compreensível, já que é dada ênfase consistente ao papel consequente — até mesmo aparentemente salvífico — da ação correta, com a fé frequentemente mencionada como uma entre várias chaves para esse fim. Clemente começa nos capítulos 1-8 exortando os coríntios a se arrependerem e se tornarem novamente “prontos para toda boa obra” (2.7, em possível alusão a Tt 3,1), relembrando nos capítulos 9-12 como Enoque, Noé, Abraão, Ló e Raabe foram considerados justos e salvos pela obediência, fé, hospitalidade e piedade. Clemente resume exortando seu público a serem humildes e “buscar [a Deus] e praticar a justiça e a retidão” (13.1, citando Jr 9,23), recordando o ensino de Jesus: “mostrai misericórdia, para que recebais misericórdia; perdoai, para que sejais perdoados; como fizerdes, assim vos será feito” (13.2). Após refletir sobre a misericórdia de Deus tanto na criação quanto em Cristo, Clemente observa: “Acautelai-vos, amados, para que os seus muitos benefícios não se tornem nossa condenação, como acontecerá se não nos conduzirmos de maneira digna dele e não realizarmos em harmonia o que é excelente e agradável aos seus olhos” (21.1). Da mesma forma, Clemente, após refletir sobre a ressurreição da fênix, comenta como “o Criador de todas as coisas realiza a ressurreição daqueles que o serviram em santidade, na certeza de uma boa fé...” (26.1).
Mais adiante na carta, Clemente exorta os sábios a mostrarem sua sabedoria “não em palavras, mas em boas obras” (38.2), pois “quanto maior o conhecimento que nos foi concedido, maior o risco que corremos” (41.4). Após exortar os coríntios a “cumprir os mandamentos de Deus na harmonia do amor, para que nossos pecados nos sejam perdoados por meio do amor” (50.5), Clemente resume seu conselho: “Segui nosso conselho e não vos arrependereis. Pois, como Deus vive, e o Senhor Jesus Cristo vive, e o Espírito Santo... o homem que com humildade e dócil mansidão obedece sem arrependimento aos justos mandamentos de Deus, este homem será contado e inscrito no número dos que são salvos por Jesus Cristo...” (58.2).
Dentro desse contexto estão os capítulos 30-35, onde Clemente começa reafirmando o refrão bíblico de que Deus “resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes” e exorta seu público a serem “justificados por obras e não por palavras” (30.2-3). Clemente então convida os coríntios a investigarem os “caminhos da bênção” e “as coisas que aconteceram desde o princípio” (31.1), traçando a linhagem da aliança com Israel e comentando como Abraão foi abençoado “porque agiu com justiça e fidelidade por meio da fé” (31.2). Após relembrar a confiança de Isaque no altar e a humildade de Jacó ao servir Labão, pelo que “lhe foram dados os doze cetros das tribos de Israel” (31.4), Clemente continua traçando a linhagem da aliança (que, como observa D.A. Hagner, ecoa Paulo em Romanos 3 e 9) no capítulo 32:15.15
(1) Qualquer que sinceramente considere estas coisas uma por uma entenderá a magnificência dos dons que são dados por Deus. (2) Pois de Jacó vêm todos os sacerdotes e levitas que ministram no altar de Deus; dele vem o Senhor Jesus segundo a carne; dele vêm os reis e governantes e líderes na linha de Judá; e suas outras tribos são tidas em não pequena honra, visto que Deus prometeu que “tua descendência será como as estrelas do céu”. (3) Todos, portanto, foram glorificados e magnificados, não por si mesmos ou por suas próprias obras ou pelas ações justas que praticaram, mas por sua vontade. (4) E assim nós, tendo sido chamados por sua vontade em Cristo Jesus, não somos justificados (δικαιούμεθα) por nós mesmos ou por nossa própria sabedoria ou entendimento ou piedade, nem pelas obras que realizamos em santidade de coração, mas pela fé, pela qual o Deus Todo-Poderoso justificou (ἐδικαίωσεν) todos desde o princípio; a quem seja a glória para todo o sempre. Amém.
Clemente prossegue no capítulo 33 exortando seus leitores — em um texto que lembra Romanos 6:1 — a não abandonarem as boas obras; pelo contrário, as obras de justiça devem ser feitas “com toda a nossa força”, assim como todos os santos e o próprio Deus se adornam em boas obras (33.7). Além disso, Clemente escreve no capítulo 34 que tais obras formam a base para o julgamento: “Pois ele nos adverte: 'Eis que o Senhor [está vindo], e sua recompensa está diante dele, e ele retribuirá a cada um segundo as suas obras’” (34.3). Clemente encerra esta seção assegurando que “possamos compartilhar [dos] dons prometidos [por Deus]... se nossa mente estiver fixa fielmente em Deus, se buscarmos o que lhe é agradável e aceitável, se realizarmos o que está de acordo com sua vontade impecável e seguirmos no caminho da verdade”, além de abandonar uma lista de pecados (que Hagner reconhece como uma paráfrase de Romanos 1:29- 32).16 (35.4-5)
Comentadores comumente reconhecem a dificuldade de harmonizar as várias vertentes do pensamento de Clemente nesta seção; enquanto a “justificação” claramente vem por meio da fé, independentemente de sabedoria prévia ou obras santas no capítulo 32, o restante da passagem enfatiza o papel das obras como base para o julgamento e para alcançar os dons prometidos de Deus. A explicação comum para esse paradoxo é articulada por Lightfoot, que escreve que tal tensão é um “esforço deliberado para manter o equilíbrio” entre elementos judaicos (jacobinos) e gentios (paulinos) da igreja, resultando em “um certo efeito incongruente na rápida transição de um aspecto da antítese para o outro...”17 Em uma linha semelhante, James Dunn comenta como “Clemente, de modo parecido com Tiago, sente a necessidade de cercar a afirmação mais distintivamente paulina da justificação com uma exortação cuja formulação parece qualificar a declaração direta da justificação pela fé e não pelas obras”.18
Outros são mais desdenhosos, como a visão de Werner Jaeger de que “embora a insistência de Paulo na fé permaneça inalterada na epístola de Clemente, a ênfase especial está nas boas obras”, de modo que o “conceito de cristianismo de Clemente está mais próximo do moralismo estoico do que da [carta de Paulo] aos Romanos”,19 e a afirmação de Ludwig Lemme de que a reformulação da justificação por Clemente representa “nada mais do que uma frase vazia”.20
Que contribuição as ideias da Nova Perspectiva sobre Paulo podem trazer para este impasse interpretativo? Para começar, a visão de que “obras da lei” se referem a marcadores de fronteira entre judeus e gentios tem pouca relevância aqui; Clemente nunca usa essa expressão, e como Grant observa, a epístola não contém “nenhuma crítica ao judaísmo”.21 A ênfase da Nova Perspectiva na palavra grega πίστις como significando tanto “fé” quanto “fidelidade” é talvez mais pertinente; tal observação pode ajudar a explicar as frequentes associações estreitas entre fé e obediência na carta, termos que Grant considera serem usados por Clemente de forma intercambiável em imitação a Paulo.22
Mais significativas, no entanto, são as visões sobre a natureza aliançal da justificação encontradas em Wright e a distinção entre justificação presente e final. Segundo Wright, “justificação é a declaração de Deus de que alguém está na justiça, é membro da família da aliança com pecados perdoados”, o que se distingue da justificação final, o juízo escatológico “de acordo com a vida que o crente então viveu”.23 Por essa perspectiva, a justificação presente serve como antecipação do veredito do juízo escatológico, e por ser a justificação presente uma declaração de que os crentes “são parte da família única baseada na ressurreição”, ela é tanto uma doutrina de pertencimento à aliança — eclesiologia — quanto de soteriologia.24
Essas visões de fato ajudam a revelar a lógica interna do argumento de Clemente nos capítulos 30-35. Clemente usa o verbo para justificação (δικαιοω) seis vezes na carta, mas três são citações mais amplas da LXX que não refletem necessariamente o uso particular de Clemente.25 As outras três ocorrem nos capítulos 30-35, sendo a primeira o imperativo de Clemente em 30.3 para que os coríntios sejam “justificados por obras, não por palavras”, o que parece se encaixar melhor com o sentido básico do verbo de “vindicar; provar estar certo” em vez de carregar uma conotação aliançal específica.26 No capítulo 32, no entanto, pode-se ver como a interpretação de Wright de que justificação implica ser “membro da família da aliança com pecados perdoados” parece se encaixar perfeitamente no contexto da narrativa de Clemente sobre as promessas da aliança.27 Tendo recontado a história da bênção de Abraão, Isaque e Jacó no capítulo 31, Clemente traça como essa bênção foi transmitida ao resto de Israel antes de se voltar para a incorporação dos coríntios nessa linhagem em 32. Sem limitar o significado da justificação a esse sentido incorporativo (à custa de outras facetas, como o perdão dos pecados e ser considerado ou feito justo), podemos observar esse aspecto aliançal da justificação tornando o termo explícito no contexto do argumento de Clemente:
(1) Qualquer que sinceramente considere estas coisas uma por uma entenderá a magnificência dos dons que são dados por Deus. (2) Pois de Jacó vêm todos os sacerdotes e levitas que ministram no altar de Deus; dele vem o Senhor Jesus segundo a carne; dele vêm os reis e governantes e líderes na linha de Judá; e suas outras tribos são tidas em não pequena honra, visto que Deus prometeu que “tua descendência será como as estrelas do céu”. (3) Todos, portanto, foram glorificados e magnificados, não por si mesmos ou por suas próprias obras ou pelas ações justas que praticaram, mas por sua vontade. (4) E assim nós, tendo sido chamados por sua vontade em Cristo Jesus, somos feitos parte da aliança (δικαιούμεθα) não por nós mesmos ou por nossa própria sabedoria ou entendimento ou piedade, nem pelas obras que realizamos em santidade de coração, mas pela fé, pela qual o Deus Todo-Poderoso fez parte da aliança (ἐδικαίωσεν) todos desde o princípio; a quem seja a glória para todo o sempre. Amém.
A exposição de Clemente sobre a justificação presente, na qual os crentes são incorporados à família prometida de Abraão com pecados perdoados, prossegue naturalmente em direção à justificação final nos capítulos 33-35. A afirmação de Wright de que a justificação final em Paulo ocorre “de acordo com a vida que o crente então viveu” se encaixa perfeitamente aqui também, pois Clemente deixa claro que o exercício dessa fé em Deus na vida de alguém - buscando o que agrada a Deus, cumprindo o que convém à sua vontade, seguindo o caminho da verdade e abandonando os pecados contra Deus e o próximo — fornece a base para finalmente “ser encontrado no número” daqueles que “participarão de seus dons prometidos” (35,4), e para o juízo escatológico de Deus, que “retribuirá a cada um segundo as suas obras”28 (34,4).
Essa compreensão da justificação — pela qual a justificação presente é recebida como um dom pela fé, independentemente de nossas próprias obras ou piedade, e a justificação final ocorre de acordo com as obras subsequentes do crente — reconcilia as aparentes contradições nesta seção e permite que ela seja lida como um todo unificado, demonstrando também a coerência das afirmações de Clemente sobre fé e obras em outras partes da epístola. Como Harry Maier conclui, as recomendações de obras por Clemente não representam nem uma tentativa de reconciliação (como em Lightfoot) nem um afastamento do evangelho (como em Knopf), mas procedem naturalmente “da identidade redimida da justificação em Cristo”.29 Como Heikki Räisänen observa de forma semelhante, “tanto Paulo quanto Clemente podem enfatizar que tudo vem de Deus; ambos também podem enfatizar que o comportamento da comunidade é importante se ela quiser receber as bênçãos de Deus”.30
Na verdade, é o próprio Paulo quem “impressiona os coríntios com a afirmação de que os injustos não herdarão o reino de Deus (1 Cor 6, 9-10)”; ou, parafraseando Räisänen sobre 1 Clemente 16, 17, que “nós, que fomos conduzidos sob o jugo gracioso de Cristo, devemos viver de acordo com seu exemplo”.31 Tal leitura da epístola de Clemente, se precisa, tem implicações substanciais para nossa concepção da coerência teológica do cristianismo primitivo, já que nenhum comentarista menor que von Harnack afirmou que, em relação aos debates da igreja primitiva, “não há outro documento que possa rivalizar [1 Clemente] em termos de significado histórico”.32 Também pode-se sugerir que a coerência interna oferecida por essa leitura da “Nova Perspectiva” sobre 1 Clemente pode igualmente conferir um grau de credibilidade a tal leitura de Paulo; pois, de fato, não é outro senão o bendito Apóstolo que Clemente busca imitar em sua epístola.
Notas
1 Bart Ehrman, tran., The Apostolic Fathers, Volume I (Cambridge, Mass: Harvard University Press, 2003), 25.
2 J.B. Lightfoot, The Apostolic Fathers, ed. J.R. Harmer, vol. 1 (London: Macmillan and Co., 1891), 397.
3 J.B. Lightfoot, The Apostolic Fathers, ed. J.R. Harmer, vol. 2 (London: Macmillan and Co., 1891), 100.
4 Robert Grant and Holt Graham, Apostolic Fathers, Vol. II: First and Second Clement (New York: Thomas Nelson & Sons, 1965), 29, 57.
5 Veja N.T. Wright, Justification: God’s Plan & Paul’s Vision (London: SPCK Publishing, 2009), 159; John Stott, The Message of Romans: God’s Good News for the World (Grand Rapids, Mich: Zondervan, 1994), 86.
6 Wright, Justification, 221
7 Veja Thomas J. Herron, Clement and the Early Church of Rome: On the Dating of Clement’s First Epistle to the Corinthians (Steubenville, Ohio: Emmaus Road Publishing, 2010); Ehrman, The Apostolic Fathers, Volume I, 25.
8 Andrew Gregory, “Clement: An Introduction.” Em Paul Foster, Writings of the Apostolic Fathers (New York: T&T Clark, 2007), 26.
9 Andrew Gregory and Christopher Tuckett, eds., The Reception of the New Testament in the Apostolic Fathers (Oxford: Oxford University Press, 2005), 154.
10 Irenaeus, Against Heresies, in The Ante-Nicene Fathers, vol. 1 (Grand Rapids: Eerdmans, 1976), III.3.3.
11 Eusebius, The History of the Church, ed. Andrew Louth, trans. G.A. Williamson (New York: Penguin Classics, 1990), 80 (iii.16).
12 Ehrman, The Apostolic Fathers, Volume I, 28.
13 Michael Holmes, ed., The Apostolic Fathers: Greek Texts and English Translations, 3rd ed. (Grand Rapids, Mich: Baker Academic, 2007), 38.
14 Robert Grant, Apostolic Fathers, Vol. I: An Introduction (New York: Thomas Nelson & Sons, 1964), 9.
15 Donald Hagner, The Use of the Old and New Testaments in Clement of Rome (Leiden: Brill, 1973), 216.
16 Ibid., 214.
17 Lightfoot, The Apostolic Fathers, 2:101.
18 James D.G. Dunn, “Whatever Happened to ‘Works of the Law’?”, em The New Perspective on Paul (Grand Rapids, Mich: Eerdmans, 2008), 387.
19 Cilliers Breytenbach and L. L. Welborn, eds., Encounters with Hellenism (Leiden: Brill, 2004), 107.
20 Heikki Räisänen, “‘Righteousness by Works’: An Early Catholic Doctrine? Thoughts on 1 Clement,” em Jesus, Paul, and Torah (Sheffield: Sheffield Academic Press, 2002), 211n2.
21 Grant, Apostolic Fathers, Vol. I, p. 97. Tal observação serve, de modo interessante, para apoiar a visão da Nova Perspectiva sobre as “obras da lei” como pertinentes a um debate específico entre judeus e gentios; como nenhum debate desse tipo ocorre neste contexto, “obras da lei” jamais são mencionadas. A avaliação surpreendente de James Dunn sobre 1 Clemente, na qual ele afirma que “o argumento específico e particular de Paulo foi perdido de vista, especialmente em termos de ‘obras da lei’”, curiosamente ignora a ausência tanto desse termo quanto de qualquer discussão entre judeus e gentios que teria tornado necessário o uso do termo. Veja Dunn, The New Perspective, p. 387.
22 Grant and Graham, Apostolic Fathers, Vol. II, 57.
23 Wright, Justification, 146, 223.
24 Ibid., 219.
25 Veja 8.4, 16.12, 18.4.
26 Walter Bauer, A Greek-English Lexicon of the New Testament and Other Early Christian Literature, 3rd ed. (Chicago: University of Chicago Press, 2000), 249.
27 Wright, Justification, 146.
28 Ibid., 223.
29 Harry Maier, The Social Setting of the Ministry as Reflected in the Writings of Hermas, Clement and Ignatius (Waterloo, Ontario: Wilfrid Laurier Univ. Press, 1991), 130.
30 Räisänen, Jesus, Paul, and Torah, 208.
31 Ibid., 219, 224.
32 Breytenbach and Welborn, Encounters with Hellenism, 117.
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