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Apologética da Desonestidade: Evidências de Plágio no Livro do Protestante Juan Oliveira

Como é sabido, a Fraternidade Newman entrou em rota de conflito com o influenciador protestante Juan Oliveira, uma vez que este publicou um livro na intenção de refutar as doutrinas da Igreja. Vendo que Oliveira anunciou seu livro sob o slogan “O Terror do Catolicismo”, a Fraternidade decidiu que seria conveniente e apropriado oferecer uma resposta ao livro[1], abordando os argumentos levantados na obra capítulo por capítulo.


No entanto, conforme realizamos o escrutínio, a fragilidade da obra se mostrou evidente, estando permeada de erros de gramática a argumentos fracos e defasados, tornando-se claro que ela não representava nada mais que um panfleto anticatólico da mais baixa qualidade, como o que encontramos em Alexander Hislop, Loraine Boettner e Lucas Banzoli. Seria ótimo que tudo terminasse nesses problemas, assim Juan não teria de enfrentar o embaraço cau pelas evidências que iremos expor. Para nossa surpresa e espanto, notamos que seu livro contém trechos retirados de uma ferramenta de Inteligência Artificial, possui citações de procedência duvidosa e contém fortíssimas indicações de plágios de diferentes livros e blogs protestantes. Por isso, antes de publicar novas respostas, decidimos expor todos esses problemas para deixar ainda mais claro o tipo de apologética que Juan Oliveira propaga.



USO DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL


Esse é o menor dos problemas da obra e o que notamos mais rapidamente. Juan possui um domínio pueril do próprio idioma materno razão que, por exemplo, a discrepância entre parágrafos de alguns capítulos é gritante. Leiam o primeiro parágrafo do capítulo destinado a discutir a intercessão dos santos:



Para um leitor desatento, o uso de IA não iria ser percebido, mas algumas inconsistências nos parágrafos seguintes são esclarecedoras. Logo nos parágrafos seguintes, desta vez provavelmente escrito por Juan, lemos:



Notem que, quando Juan de fato começa a escrever, erros aparecem, o estilo muda completamente e não há a mínima noção de continuidade. Além disso, a exposição nos primeiros parágrafos segue de perto o estilo do Chat GPT, inteligência artificial que ganhou popularidade nos últimos meses. O uso do GPT ainda pode ser notado em outros momentos, como no capítulo um do livro, quando descreve as Igrejas Ortodoxas:



Agora, comparem com um texto que pedimos para o GPT gerar:



Notando a incrível semelhança, usamos uma ferramenta que analisa o uso de inteligência artificial[2], o que confirmou nossas suspeitas:



O mesmo estilo de listas aparece em outros momentos do livro, no capítulo oito, falando sobre a Confissão Auricular. Juan descreve os processos envolvidos na confissão, seguindo uma lista parecida com a que tratamos anteriormente. Usando a mesma ferramenta de análise, o resultado não foi diferente:



No entanto, esses resultados confirmam o óbvio. Ao ler o livro, não é nada difícil notar quando o texto foi gerado por uma IA. O estilo muito característico dessas ferramentas por si só denunciam o seu uso, e o nosso autor nem se deu o trabalho de disfarçá-lo. Mas, embora o uso de IA para preencher um livro seja condenável e ridículo, esse problema é pequeno quando comparado à atitude de copiar um texto de um autor, apresentá-lo como seu e ganhar dinheiro através dele. De fato, pela Lei, a ação configura crime.


PLÁGIOS


Quando as respostas Católicas contra o seu livro começaram a pipocar, Juan usou um bode expiatório para se eximir de respondê-las, alegando (sem nenhuma prova) que os Católicos estavam pirateando seu livro. De acordo com Oliveira, o ato de piratear uma obra é um crime, donde ccnclui que é também, pela razão de ser crime, um pecado. Mas, parece que, para Juan, isso não se aplica ao ato de plagiar um outro autor, uma vez que, como demonstraremos abaixo, sua obra contém fortíssimos e claríssimos indícios de plágio.


  1. Plágio de Obras

 1.1 Obra “O Cristão Reformado”, do Pastor Yago Martins.


O primeiro alvo de Juan foi o famoso pastor e apologista Yago Martins. Em seu livro “O Cristão Reformado”, Martins se detém sobre o princípio protestante da Sola Scriptura, um tema que Oliveira aborda no capítulo seis. Para o azar de nosso autor, um de nossos membros estava lendo a obra de Martins a fim de analisá-la e, ao ler o livro de Juan, percebeu muito rapidamente a incrível semelhança entre as duas obras:









Como visto, Juan, em um trabalho digno de um adolescente de Ensino Médio, apenas rearranjou as palavras e sentenças. Esse será o tom de todos os outros casos que iremos expor.


1.2. Obra “Patrística: Origem e Desenvolvimento das Doutrinas Centrais da Fé Cristã”, do historiador JND Kelly


O historiador JND Kelly é conhecido no meio apologético. Sua obra sobre a Patrística é usada tanto por Católicos quanto por protestantes, de maneira que não é uma surpresa que Juan tenha feito o mesmo com ela. Ainda no capítulo sobre o sola scriptura, Juan aborda a opinião dos Santos Padres. Em nossa análise, apenas um parágrafo parece ter sido escrito por Juan:




Retirando o parágrafo acima, todo o texto parece ser retirado da obra de Kelly, até mesmo as notas de rodapé. Eis algumas provas:



Kelly, p.21


Livro do Juan, p.52


Kelly, p.21


Juan, p.53


Kelly, p.23


Juan, pp. 53-54



Kelly, p.23


Juan, p.54


Kelly, p.24



Juan, pp.54-55


Kelly, p.24


Juan, p.55


Kelly, p.25


Juan, p.55


Kelly, p.28


Juan, p.56


Kelly, p.28


Juan, p.57


Kelly, p.28


Juan, pp. 56-57


Kelly, p.29


Juan, p.58


Kelly, pp.28-29


Juan, pp.57-58


  1. Plágio de Blogs e Páginas Protestantes 

2.1 Frankle Brunno, Francisco Tourinho e a Bula Unigenitus.


Todos acompanhamos a polêmica levantada por dois famosos protestantes sobre a bula papal Unigenitus Dei Filius. Nós abordamos o assunto em um artigo[3] e lançaremos outro em complemento. Agindo com dupla desonestidade, visto que se utiliza de argumentos já refutados, o capítulo dez aborda o mesmo assunto e, como esperado, toda a sessão destinada a discuti-lo é proveniente de uma publicação no Instagram de Frankle Brunno e Francisco Tourinho. Para que o texto não se estenda demasiadamente, apresentaremos apenas três prints, mas podemos provar, caso seja necessário, com outros:





2.2. Plágio do Blog “Resistência Apologética”, de Elisson Freire.


Na terceira edição do livro, Juan adicionou um capítulo destinado a discutir a opinião dos reformadores sobre certas doutrinas marianas. Tratando de Lutero, basicamente toda a seção é copiada de um artigo do blog Resistência Apologética[4], escrito por Elisson Freire. Novamente, iremos expor apenas alguns prints, a fim de não estender o texto.



Juan, p.75



Juan, p.76



Juan, pp.76-77



Juan, pp.77-78



Juan, p.78



Juan, p.81


Juan, p. 83. Notem que ele repetiu um paragráfo.


Juan não pararou em Lutero. No capítulo dez do livro, onde ele trata da Igreja antes da Reforma, há fortíssimas evidências de um plágio virtual de um outro artigo do mesmo blog[5].



Juan, p.112


Juan, p.113


Juan, p.118


2.3. Plágio da página Sola Scriptura 


Ainda no capítulo sobre os reformadores, Juan se detém na opinião de João Calvino. No entanto, detectamos que essa seção foi retirada de uma página no Facebook, em um post de poucas linhas[6]. 



Juan, p.98



Juan, p. 98-99



Juan, p.99


Juan, p.100



Juan, p.102-103


CONCLUSÃO


Após tão extensa exposição, é evidente que Juan Oliveira é um verdadeiro aproveitador, que arrecadou dinheiro com uma obra que, em grande parte, possuí ululantes indicações de que não foi verdadeiramente escrita por ele. Em uma atitude desprezível, ele nem sequer indicou referências bibliográficas para, pelo menos, minimizar seus atos. Entretanto, não pensem que o uso de IA e plágios são os únicos problemas, afinal, ele apresenta citações altamente duvidosas. Em uma nota, ele indica que a citação se encontra na página 208 da obra “Rezemos o Terço”, mas tal obra possui apenas noventa páginas, variando para mais ou para menos a depender da edição.


Não pensem que o senhor Oliveira assumirá seus erros. Como já aconteceu em nossas interações no twitter, após mostrarmos as mesmas evidências de plágio ao livro do pastor Yago Martins, Juan, em um ato extremo de cinismo, negou o óbvio. Uma das vítimas, o pr. Frankle Brunno, após desavenças com Oliveira, compartilhou o vídeo que fizemos mostrando as evidências do plágio, mas, até o presente momento, não houve qualquer retratação. Para piorar a situação, Juan continua vendendo seu livro e enganando seus seguidores:



NOTAS


[1] Você pode ler a parte 1 aqui. E a parte 2 aqui.

[2] Disponível aqui: https://www.zerogpt.com/

[4] Artigo do blog sobre a Mariologia de Lutero: https://www.resistenciaapologetica.com/2015/12/a-mariologia-de-lutero.html.

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